Em “Fino Sangue”, a escritora Marina Colasanti retorna à poesia, com o mesmo excepcional talento, comprovando, mais uma vez, ser uma grande escritora, tanto em prosa quanto em versos.
Com sua visão acurada, atenta aos mínimos detalhes da vida, Marina Colasanti revela-se, nos poemas de “Fino Sangue", uma perspicaz observadora, capaz de tirar conceitos e interpretações profundas das pequenas coisas do nosso dia-a-dia.
Para quem já conhece a obra de Marina Colasanti, não há como negar o predomínio do uso da linguagem poética em seus textos em prosa. A temática de seus textos sempre nos induz à reflexão, tornando quase impossível não haver uma mudança de postura, diante do que nos cerca, no leitor mais atento.
Marina já admitiu, publicamente, sua postura feminista, tanto como opção política quanto no trabalho jornalístico, sendo difícil esse posicionamento não se refletir em sua produção literária. Além disso, em “Fino Sangue”, a escritora confirma seu especial domínio da técnica poética, com versos concisos, inteligentes, elaborados. Como os a seguir:
“Gosto do poema/ que fala de ovo frito/ latido de cão/ e cheiro de queimado./ Poema que com pequenos cortes/ vara as coisas pequenas/ fura a casca/ o odre/ rasga a placenta/ e deixa gotejar/ o fino/ sangue.” ( in “Fino Sangue”, p. 21)
“Nosso carro a gasogênio/ tinha especial talento/ para enguiçar nas pontes./ Bombardeiros por cima/ nós deitados no mato/ e o negro delator/ visível/ evidente/ quase obsceno/ parado sobre o rio/ gritanto para o céu/ aqui/ aqui há quem se pode matar.” (in “Longa viagem em 1943”, p. 13)
Marina Colasanti é natural de Asmara, Eritréia, e nasceu em 26 de setembro de 1937. Escritora e jornalista ítalo-brasileira, nasceu na então colônia italiana da Eritréia. Quando ainda era criança, sua família voltou para a Itália de onde emigraram para o Brasil, com o advento da Segunda Guerra Mundial.
No Brasil estudou Belas-Artes e trabalhou como jornalista, tendo ainda traduzido importantes textos da literatura italiana. Como escritora, publicou 33 livros, entre contos, poesia, prosa, literatura infantil, e infanto-juvenil. Dentre os quais “Contos de Amor Rasgados” e “Ana Z aonde vai você?”.
A imagem de capa do livro “Fino Sangue” é uma produção em óleo sobre tela de autoria da própria Marina Colasanti.
“Fino Sangue” é de 2005, lançado pela Editora Record.
Com sua visão acurada, atenta aos mínimos detalhes da vida, Marina Colasanti revela-se, nos poemas de “Fino Sangue", uma perspicaz observadora, capaz de tirar conceitos e interpretações profundas das pequenas coisas do nosso dia-a-dia.
Para quem já conhece a obra de Marina Colasanti, não há como negar o predomínio do uso da linguagem poética em seus textos em prosa. A temática de seus textos sempre nos induz à reflexão, tornando quase impossível não haver uma mudança de postura, diante do que nos cerca, no leitor mais atento.
Marina já admitiu, publicamente, sua postura feminista, tanto como opção política quanto no trabalho jornalístico, sendo difícil esse posicionamento não se refletir em sua produção literária. Além disso, em “Fino Sangue”, a escritora confirma seu especial domínio da técnica poética, com versos concisos, inteligentes, elaborados. Como os a seguir:
“Gosto do poema/ que fala de ovo frito/ latido de cão/ e cheiro de queimado./ Poema que com pequenos cortes/ vara as coisas pequenas/ fura a casca/ o odre/ rasga a placenta/ e deixa gotejar/ o fino/ sangue.” ( in “Fino Sangue”, p. 21)
“Nosso carro a gasogênio/ tinha especial talento/ para enguiçar nas pontes./ Bombardeiros por cima/ nós deitados no mato/ e o negro delator/ visível/ evidente/ quase obsceno/ parado sobre o rio/ gritanto para o céu/ aqui/ aqui há quem se pode matar.” (in “Longa viagem em 1943”, p. 13)
Marina Colasanti é natural de Asmara, Eritréia, e nasceu em 26 de setembro de 1937. Escritora e jornalista ítalo-brasileira, nasceu na então colônia italiana da Eritréia. Quando ainda era criança, sua família voltou para a Itália de onde emigraram para o Brasil, com o advento da Segunda Guerra Mundial.
No Brasil estudou Belas-Artes e trabalhou como jornalista, tendo ainda traduzido importantes textos da literatura italiana. Como escritora, publicou 33 livros, entre contos, poesia, prosa, literatura infantil, e infanto-juvenil. Dentre os quais “Contos de Amor Rasgados” e “Ana Z aonde vai você?”.
A imagem de capa do livro “Fino Sangue” é uma produção em óleo sobre tela de autoria da própria Marina Colasanti.
“Fino Sangue” é de 2005, lançado pela Editora Record.
Resenha publicada no site www.leialivro.sp.gov.br.
