segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Biografia de uma árvore. Carpinejar


Escritor e jornalista, Mestre em Literatura Brasileira, o gaúcho Fabrício Carpinejar se mantém fiel ao seu já consagrado e reconhecido estilo literário. Em “Biografia de uma árvore”, seu quarto livro, na mesma linha da “ficção-poética”, Carpinejar recorre ao mundo vegetal para fazer, metaforicamente, uma análise do homem, ou do artista, sobre si mesmo, a condição humana, a vida, a morte, os dogmas religiosos.


O escritor produz uma espécie de romance “em versos”, numa forma quase que tradicional de enredo, seguindo uma linha com começo, meio e fim. O próprio título da obra já antecipa, pois “Biografia de uma árvore” é como tal, uma retrospectiva de vida, um caminho percorrido de “seiva”, observação criteriosa e analítica da natureza em seu sentido mais amplo. Num texto rico em referências intertextuais, Carpinejar foge mais uma vez da poesia tradicional e reflete, um pouco em cada verso, a sua rica e qualificada formação.


O escritor gaúcho revela-se como um magnífico resultado de heranças. Na genética é filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi (daí o nome Carpinejar); profissionalmente, escreve todos os dias como jornalista de formação; como especialista, com formação teórica de Mestre em Literatura Brasileira; e, particularmente, de quem soube separar cada legado, preservando suas idéias e valorizando seu processo criativo, livrando-se das rédeas, das regras, e da esterilizante e castradora erudição dos teóricos.


Fabrício Carpinejar é um poeta que alcançou a plena liberdade de criar, sem cair na mediocridade de complicar o simples ou repetir o desnecessário. Com um texto rico, melódico, reflexivo, maduro, capaz de mexer com o mais humilde dos leitores e incomodar os mais eruditos. Pessoalmente, vejo em Carpinejar detalhes de Neruda, Quintana e Borges, cuja predominância e preferências ficam a critério do leitor.


João Gilberto Noll, outro escritor gaúcho, que prefacia a obra, assim se refere a Carpinejar: “...Mas nenhuma compreensão burocrática coagulará os seus poemas, nunca. Estamos diante de uma aparição – a cada livro uma nova – mais depurada, uma estocada finíssima no nervo que jamais se expõe.”


Carpinejar já publicou vários livros, dentre eles: “Terceira Sede” (2001), “Um Terno de Pássaros ao Sul” (2000) e “As Solas do Sol” (1998). Em “Biografia de uma árvore” (2002), “Carpinejar divide a obra em três partes – biografias autorizadas pelos pássaros, pelas raízes e pelos frutos, transportando o leitor, ao final da obra, para 2045, em uma fictícia eclosão da Terceira Guerra Mundial”.


Para quem quiser conhecer melhor o escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, visite seu “site” www.carpinejar.com.br, onde é possível obter mais informações sobre sua vida e obra, inclusive um “blog” atualizado diariamente. O livro “Biografia de uma árvore”, em sua 2ª edição, foi gentilmente cedido para resenha por Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda, São Paulo, através de convênio com o site WWW.leialivro.sp.gov.br .

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