O Zero e o Infinito é um livro de grande significado e importância. Quando apareceu, em 1941, esclareceu muitos dos processos por crime de traição, realizados em Moscou, bem como dá o significado das abjetas confissões, surpreendentes para a inteligência ocidental. Hoje, sua leitura é ainda mais imperiosa para quantos queiram compreender o ênfase com que os comunistas subordinam os meios aos fins. Livro curto, é um milagre de compressão: transmite em forma dramática a essência de tôda a filosofia política marxista e as diferenças básicas entre duas atitudes em conflito, para uma das quais o individuo tem importância suprema, enquanto para outra o fim mais almejado é a sua completa subordinação ao Estado.
Contudo, seria de todo ilusório sugerir que se trata de uma novela didático como “A Cabana do Pai Tomás”. Embora seja o retrato de uma nação e de um sistema de vida, é principalmente o retrato de um indivíduo. Koestler fêz o seu protagonista, o velho bolchevique Rubachov, representar tôda a humanidade, e na sua morte todos estamos comprometidos. Em nenhum passo a moral é posta em relêvo, sempre que pode, evita as deduções. Não há apartes. Só a ironia proporciona a chave, O conflito moral se desenvolve dramaticamente nos pensamentos e nas lembranças do seu herói, nas inquirições e reinquirições diante dos magistrados policiais, e nas suas relações com os companheiros de prisão — particularmente nas conversas, por meio de percussão na parede da cela, com um russo branco, um tipo que ele não pode deixar de desprezar.
Exausto, desiludido, Rubachov se desprende de anos de pensamento disciplinado para chegar à compreensão do que aprendeu a chamar de “ficção gramatical”, o “eu”, que apenas se resume a mais um zero no sistema econômico. É uma das histórias clássicas de prisão, uma história de crime e castigo em vários níveis e com diversos subentendidos morais e filosóficos. Em último análise, é uma história da alma humana com novos símbolos para o Cristo e o Anticristo, e que persistentemente afirma a grandeza do ser humano. (contra-capa)
ARTHUR KOESTLER, escritor e jornalista, é um verdadeiro veterano dos últimos acontecimentos que vem plasmando a história contemporânea. Nasceu em Budapest, no ano de 1905; educou-se na cidade de Viena, tendo, mais tarde, passado dois anos no Oriente Próximo, trabalhando como agricultor na Palestina, vendedor ambulante nas ruas de Haifa e assistente de um arquiteto árabe, no Cairo. Esse tipo de vida garantiu-lhe uma experiência rica e de alto proveito para a sua carreira de jornalista que se iniciou, quando estava no Cairo, com a publicação de um semanário. Suas atividades na imprensa, trabalhando para a cadeia de jornais Ullstein, o levou ao Oriente Médio, Paris e Berlim. Na década de 30 estabeleceu residência na França. Posteriormente, segue para a Espanha, onde realiza a cobertura da Guerra Civil Espanhola para um jornal londrino, quando então é capturado pelos fascistas e, sob sentença de morte, passa três meses na prisão. Liberado pela intervenção do governo britânico, volta a Paris em 1938, onde edita um jornal em língua alemã atacando tanto Hitier como Stalin. Com o advento da última Grande Guerra, é feito prisioneiro. Recupera a liberdade em 1940, indo para a Inglaterra, quando entra para o exército inglês, trabalhando então no Ministério de Informações e na BBC. É autor de numerosos livros, entre eles: “O logue e o Comissário”, “Chegada e Partida”, “Ladrões na Noite”. Arthur Koestler faleceu em 3 de março de 1983, aos 77 anos, muito doente, com mal de Parkinson e Leucemia.
Arthur Koestler (1905-1983) |
Onde consigo encontrar este livro para compra?
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ExcluirOnde posso encontrar este livro?? Agradeço respostas para sheltox@msn.com
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