sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ensaio do Vazio. Carlos Henrique Schroeder

(Editor 7 letras, 2006, 112 páginas, R$25,00)

Ex-ce-len-te!! Numa pouco convencional receita: sexo (muito, mas não bastante), drogas (várias) e "rock'n roll", numa atmosfera reflexivo-existencialista muito bem humorada, com doses pouco comedidas de sarcasmo e crítica social.

"Minimalista, enxuto, mortal: o romance que nos tira do sério e revela o fundo do poço onde a cabeça do Brasil está enfiada." - Blog Outubro (o blog ainda elegeu o livro como melhor romance publicado em 2006)

"No novo romance, Schroeder apresenta Ricardo, um artista plástico amargurado, que narra suas desventuras com Fernando, um poeta fracassado, Kátia, a esposa ausente, e Joana, a prostituta respeitosa."  - Notícias do Dia, 2/8/2006.

" Schroeder nos reduz ao estado angustiante dos monólogos de Ricardo, o hedonista mergulhado em suas fantasias sexuais, descrenças e transgressões. O vazio que nos acomete é assimilado como algo indiscernível do imaginário que nos conduz, e a temporalidade passa a ser subjetiva, negada e destruída a cada passo. É assim que o personagem Ricardo, em seus atos frios que se fazem corriqueiros, nos assassinatos, estupros e violência, aponta nossa condição humana de desolação e pessimismo. Sua obstinação por Kátia, a esposa ausente, e a paixão por Joana, a prostituta, vai além da busca de satisfação sexual, ao deparar-se com a transitoriedade do prazer que remete sempre a um outro, a um outro, a um outro... Ricardo mergulha na vida que lhe impõe uma única condição: ela sempre estará desprovida de sentido. Seu próprio pai, numa tentativa de assegurar um futuro para o filho, já prognosticava: "Estude, meu filho! Aprenda! Um dia transformarás esta agropecuária numa rede com muitas lojas, aí terás todas as bocetas a teus pés, a teu pau..." Assim, Carlos Schroeder maneja a localização no espaço e no tempo para penetrar na intimidade das almas, na mente e no espírito de suas criaturas. E, ao dissecar o funcionamento da mente nos mostra simplesmente que o homem se aliena diante de seus atos." - Resenha de Roziliane Oesterreich de Freitas para o caderno Anexo Ideias, do diário A notícia, 24/12/2006.

"Ricardo é erotômano e anda à procura de acidez para a sua vida insípida - envolve-se com uma sociedade secreta que promete muito mais do que a realidade suporta. Mas o desfecho de uma noite ilimitada é trágico. São esses os elementos que o romancista Carlos Henrique Schroeder burila em uma prosa vertiginosa que combina registros de linguagem: do neobarroco ao chulo. Teatro da Crueldade na melhor das tradições de Artaud, Bataille e Bukowski." - Revista Cartaz, agosto de 2006.

"Ficção é o álibi perfeito para contar a verdade. Isenta o autor de crime de calúnia e ainda enriquece a biografia artística. É o que Carlos Henrique Schroeder faz no seu oitavo romance, Ensaio do vazio (Coleção Rocinante, Editora 7 letras, 114 pgs.). Seu narrador/ personagem é a soma dos detritos de uma comunidade, o Brasil, uma criatura compactada no pesadelo a que estamos acostumados, mas apresentado de forma tão convincente e, horror supremo, humana, que não desgrudamos o olho da narrativa. Lemos compulsivamente essa espessa e breve trajetória, não para saber onde quer chegar (o desfecho está por toda parte), mas pela sintonia com o país em nossa volta e a sedução da leitura promovida pelo talento." - Resenha de Nei Duclós, para o caderno Cultura, do Diário Catarinense, 17/6/2006.


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