sábado, 24 de outubro de 2009

A Hora dos Ruminantes. José J. Veiga


"A Hora dos Ruminantes", de José J. Veiga, é mais um livro surpreendente deste genial escritor, cuja tematíca abordada é a condição humana e sua reação diante das mudanças, repentinas, drásticas, inexplicáveis. Não se sabe propriamente o que José J. Veiga escreveu: um romance ou um apólogo? Em "A Hora dos Ruminantes", o autor retrata, numa verdadeira "fábula moderna", a estória de Manarairema, uma pacata cidade de interior cuja rotina dos seus habitantes é quebrada por acontecimentos inexplicáveis. Primeiro, a chegada de homens estranhos, sisudos e inflexíveis; depois, uma invasão de cães que infestam a cidade por vários dias; e, por último, os bois, centenas, talvez milhares, por todos os cantos, ruas, casas, plantações, rios e cuja presença parece que nunca terá fim. Numa abordagem inédita, José J. Veiga nos apresenta um enredo instigante em que se analisa o comportamento humano diante da opressão e da violência; das mudanças repentinas; do inusitado e do incompreensível. José J. Veiga (1915-1999) era goiano, nascido em uma fazenda próxima de Corumbá de Goiás, uma pequena vila a 150 quilômetros de Goiânia. Seu nome literário teve o acréscimo de “J.” (sem significação própria), por sugestão do então amigo Guimarães Rosa que, com argumentos numerológicos e estilísticos, sugeriu José J. Veiga, quando da publicação do livro de estréia "Os Cavalinhos de Platiplanto", em 1959. "A Hora dos Ruminantes" foi publicado em 1966. Com esta obra, José J. Veiga compôs "um dos mais belos livros da nova ficção brasileira". Livro que, desde o seu lançamento, já foi traduzido para vários países. São também do autor: "Sombras de Reis Barbudos", "A Máquina Extraviada", "Objetos Turbulentos", "De Jogos e Festas", "A Usina Atrás do Morro", "Aquele Mundo de Vasabarros" e "Os Pecados da Tribo", entre outros.

P.S.: José J. Veiga teve que penar muito para conseguir publicar seu primeiro livro, "Os Cavalinhos de Platiplanto", só conseguindo em 1959, aos 44 anos. Nestes 50 anos que se passaram desde então, quase nada mudou para os escritores de um país de poucos leitores. (Por Ramiro R. Batista)

2 comentários:

  1. Leiam esse livro e muito interessante,quem tem cultura vai amar....

    ResponderExcluir
  2. Muito bom, porem li ele pelo site.. Queria o livro mesmo

    ResponderExcluir