"Com 200 páginas e 16 capítulos que jamais deixam cair seu contundente interesse, A PRIVATARIA TUCANA é o resultado final de anos de investigações do repórter Amaury Ribeiro Jr. na senda da chamada Era das Privatizações, promovida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra. A expressão “privataria”, cunhada pelo jornalista Elio Gaspari e utilizada por Ribeiro Jr., faz um resumo feliz e engenhoso do que foi a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas “offshores”, empresas de fachada do Caribe, região tradicional e historicamente dominada pela pirataria.
Essa “privataria” toda foi descoberta num vasto novelo cujo fio inicial foi puxado pelo repórter quando ele esteve a serviço de uma reportagem investigativa, encomendada pelo jornal “Estado de Minas”, sobre uma rede de espionagem estimulada pelo ex-governador paulista José Serra para levantar um dossiê contra o ex-governador mineiro Aécio Neves, que estaria tendo romances discretos no Rio de Janeiro. O dossiê teria a finalidade de desacreditar o ex-governador mineiro na disputa interna do PSDB pela indicação ao candidato à Presidência da República, e levou Ribeiro Jr. a uma série de investigações muito mais amplas, envolvendo Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, o próprio Serra e três de seus parentes: Verônica Serra, sua filha, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marín Preciado. Serra e seu clã são o assunto central do livro, mas as ramificações e consequências sociais e políticas das práticas que eles adotam são vastas e fazem com que o leitor comum fique, no mínimo, estupefato.
Sem dúvida, o brasileiro padrão, mediano, que paga seus impostos, trabalha dignamente e luta pela vida com dificuldades imensas estará longe de compreender o complexo mundo de aparências e essências, fachadas e bastidores da corrupção política e empresarial, e toda a sofisticação desses crimes públicos que passam por “lavanderias” no Caribe, e, neste caso, o estilo objetivo e jornalístico de Amaury Ribeiro Jr. é de grande ajuda para que as ações pareçam inteligíveis para qualquer pessoa mais instruída.
Um dos principais méritos do livro é descrever toda a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das “offshores” a empresas de fachadas no Brasil, e da subsequente “internação” desse dinheiro nas fortunas pessoais dos envolvidos. Neste ponto, o livro de Ribeiro Jr., embora não tenha nada de fictício, segue a trilha de livros policiais e thrillers sobre corrupção e bastidores da política, já que o leitor pode acompanhar o emaranhado e sentir-se recompensado pelo entendimento. O livro, aliás, tem um início que de cara convida o leitor a uma grande jornada de leitura informativa e empolgante, revelando como Ribeiro Jr., ao fazer uma reportagem sobre o narcotráfico na periferia de Brasília, a serviço do “Correio Braziliense”, sofreu um atentado que quase o matou e, descansando desse atentado, voltou tempos depois a um jornal do mesmo grupo, “O Estado de Minas”, para ser incumbido de investigar a rede de espionagem estimulada por Serra, mencionada no início. É o ponto de partida para tudo.
O que este PRIVATARIA TUCANA nos traz é uma visão contundente e realista como poucas dos bastidores do Brasil político/empresarial. O desencanto popular com a classe política, nas últimas décadas, acentua-se dia após dia, e um livro como este só faz reforçá-lo. Para isso, oferece todo um manancial de informações e revelações para que o leitor perceba onde foi iludido e onde pode ainda crer na humanidade, pois, se a classe política sai muito mal, respingando lama, dessas páginas, ao menos o jornalismo investigativo, honesto e necessário, prova que os crimes de homens públicos e notórios não ficam para sempre convenientemente obscurecidos. Há quem os desvende. E quem tenha coragem de revelá-los.
"O que dá tanto medo na mídia em A Privataria Tucana?; quem tremeu, agora, foi Veja, em cuja edição online uma mera referência ao best seller de Amaury Ribeiro Jr., que provocou a obtenção de 185 assinaturas para uma CPI das Privatizações, chegou a ir ao ar para, em seguida, ser retirada; leia aqui o texto apagado
247 – “Ontem à noite vi uma senhorinha no metrô lendo A Privataria”, conta uma editora de 247 ao entrar hoje na redação. A cena é compreensível. O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., com denúncias documentadas sobre estripolias tucanas no processo de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, é o maior sucesso editorial deste final de ano. Em menos de um mês nas livrarias, 60 mil exemplares foram vendidos em todo Brasil. Outros 60 mil livros já estão impressos para serem distribuídos a partir de janeiro, numa estratégia da Geração Editorial para fazer de A Privataria Tucana o grande best seller brasileiro do verão. Há muito no livro, ao que parece, daquilo que o leitor gosta mas a mídia tem medo.Afinal, já se registrou o silêncio generalizado dos veículos tradicionais de comunicação – exceção feita a uma crítica tardia no jornal Folha de S. Paulo, em 15 de dezembro, a respeito do livro, mas agora este fenômeno já ganha características de medo. E tudo porque, com base nas denúncias documentadas do livro, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) conseguiu reunir 185 assinaturas para requerer a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Era das privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso. Uma vez instalada, a CPI poderá se mostrar um longo martírio para os tucanos, expondo intimidades daquela fase de maneira constrangera, em público.
Em sua edição online do dia 21, a revista Veja, da Editora Abril, chegou a publicar uma notícia, produzida pela Agência Estado, sobre a obtenção, por Protógenes, e com base no livro de Amaury, das assinaturas para a CPI. Hoje, porém, a matéria não existe mais naquele mesmo espaço virtual (página abaixo). Foi mandada para o buraco negro.
Veja, que publica semanalmente uma lista dos livros mais vendidos e não costuma dar as costas para os sucessos populares, não apenas, desde o lançamento de A Privataria Tucana, não fez nenhuma resenha sobre a obra, como barrou até mesmo uma matéria sobre os reflexos políticos que ela está provocando. Ou seja, nem o fato, nem a repercussão podem ser informadas aos leitores da publicação da Editora Abril. Na certa, porque seu conteúdo incomoda a fontes influentes da revista, como o ex-governador José Serra, que classificou o livro como “lixo”. Se não é isso, por que tanto medo de A Privataria Tucana?" (Fonte: Brasil247.
Depoimento de Jorge Furtado a respeito do livro.
"A Privataria Tucana
por Jorge Furtado, em 11 de dezembro de 2011. Terminei de ler o extraordinário trabalho jornalístico de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, (Geração Editorial), o livro mais importante do ano. Para quem acompanha a vida política do país através de alguns blogs e da revista Carta Capital, não há grandes novidades além dos documentos que comprovam o que já se sabia: a privatização no Brasil, comandada pelo governo tucano, foi a maior roubalheira da história da república. O grande mérito do livro de Amaury é a síntese que faz da rapinagem e a base factual de suas afirmações, amparadas em documentos, todos públicos. Como bom jornalista, Amaury economiza nos adjetivos e esbanja conhecimento sobre o seu tema: o mundo dos crimes financeiros.
A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.
Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada, são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das off-shores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro), Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja off-shore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.
A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa off-shore caribenha."
A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.
Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada, são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das off-shores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro), Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja off-shore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.
A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa off-shore caribenha."
vou plagiar o cantor-compositor Wando. "Pôxa como foi bacana te encontrar de novo"..quer dizer nada pode ou fica escondido eternamente na politica quando é feita por politiqueiros.
ResponderExcluirVamos todos ler este livro e lembrar em todos os dias de eleições gerais no Brasil.