terça-feira, 31 de julho de 2012

O Velho e o Mar. Ernest Hemingway

"Por Celly Borges

Hemingway escreve de maneira sensacional, em poucas páginas, a história do velho pescador Santiago, que há 84 dias não pescava nada e em sua casa não tinha mais comida, contava com a ajuda de Manolin, um garoto a quem ensinara a arte da pescaria desde muito pequeno. Mas o pai de Manolin o proibira de sair com o velho, pois julgava que este fosse azarado por ficar tato tempo sem pescar um único peixe.

No 85° dia, Santiago saiu mais uma vez para a pesca, quando um espadarte (peixe que podemedir até 4,80 m e pesar cerca de 300 Kg) morde o anzol e o carrega em seu pequeno barco para mar aberto. Neste tempo o velho sofre muito com os ferimentos nas mãos e nas costas, causados pela linha em que o peixe se agarrara. E quando, enfim consegue capturar o grande peixe e tenta voltar para casa, surgem tubarões.

Uma bela história sobre sonhos e como devemos nos agarrar aos nossos sem nunca abandoná-los."

E, também do Fala Livros.

"Sublime.

Ao longo dos anos, elogios não foram poupados à esta obra-prima de Hemingway - e eu serei apenas mais um no coro.

A história do pescador Santiago é comovente, de uma simplicidade e grandiosidade imensuráveis, que só pode ser comparada ao mar que o cerca. A sensação de solidão e desamparo, na luta desigual que é travada entre um velho frágil e um peixe descomunal, é quebrada em alguns momentos, marcada por pequenas vitórias.

Santiago é velho, sim, mas seu corpo e sua mente recusam-se a desistir. Ele não se entrega em momento algum, mesmo quando tudo está perdido. Ele sangra, fica marcado e delira. Ele passa a amar seu oponente, por toda a sua força e beleza. Ele sabe que, após 84 dias sem conseguir pescar peixe algum, a "vitória" no combate que trava pode representar a diferença entre a vida e a morte. Assim, ele segue em frente, simplesmente por não ter outra escolha - como o peixe, na outra ponta da linha.

Como mostrou em As Ilhas da Corrente (que, aliás, tem uma batalha muito parecida com a de Santiago), um homem deve cumprir o seu dever - ou, pelo menos, saber que fez o melhor possível, com todas as suas forças. Até não se importar mais se vence ou perde o jogo, mas apenas desejar que ele termine*."

"Mas tenho de matá-lo", murmurou o velho. "Em toda a sua grandeza e glória. Embora seja injusto. Mas vou mostrar-lhe o que um homem pode fazer e o que é capaz de aguentar. Eu disse ao garoto que era um velho muito estranho. Agora chegou a hora de prová-lo."
Editora Bertrand Brasil
95 páginas
The old man and the sea
Tradução de Fernando de Castro Ferro


Assista também ao filme "O velho e o mar" (1958), com Spencer Tracey. Um clássico do gênero.



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