terça-feira, 20 de março de 2012

Cem anos de solidão. Gabriel García Márquez (1927)


Livro que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1982. Li este livro no ano em que recebeu o prêmio e foi mais um dos livros que me marcaram. Uma história mágica e escrita por um dos melhores escritores de todos os tempos. Ao mesmo tempo em que encanta os leitores, "Cem anos de solidão" é um livro desafiador, bem daqueles do tipo "leia-me se for capaz!". Então 'tá aí o desafio! Ninguém se arrepende da leitura de um clássico como este. Abaixo uma resenha excelente de Wellington Ferreira que vale a pena ler.

"Tem certos livros e autores que são diferenciados, parecem que já nascem com a garantia de fazerem sucesso, brilharem e se tornarem imortais. Não é fácil atingir este status, muitos tentam, batalham, suam para isso, mas poucos conseguem a honraria de entrarem para o Olimpo dos Deuses Literários e deixarem o seu nome para sempre gravados na História.

Gabriel Garcia Marquez é um destes "deuses" da Literatura. Este colombiano de fala mansa, mas de opiniões fortes, contundentes e, em alguns casos, controversas, é o autor de um dos melhores livros já publicados na História da Literatura: Cem Anos de Solidão (Cien años de soledad - 1982).

Reconhecida como a melhor obra de Gabriel Garcia Marquez, Cem anos de Solidão conta a história da fictícia cidade colombiana de Macondo e da ascensão e queda de seus fundadores, a família Buendía. Contada por meio de instigantes entrelaçamentos temporais (o que pode confundir um pouco leitores menos experientes), os personagens herdam o nome uns dos outros e o estado de espírito da família, criando padrões que se repetem.

De intrépido e carismático o fundador de uma cidade, o poderoso José Arcádio Buendía se transforma em um louco. Macondo enfrenta pragas de insônia, guerras e chuva. Mistérios surgem do nada. Essa saga encantadoramente colorida também funciona como uma metáfora política e social (o que é um mote nas obras de Gabriel Garcia Marquez), às vezes surreal demais para ser plausível e às vezes mais real que qualquer realismo convencional.

Obra característica do chamado realismo mágico, a estrutura do livro incorpora algo de estranho, fantástico e inacreditável. Talvez o maior exemplo sócio-político seja o suposto massacre, pelo exército, de milhares de trabalhadores em greve, cujos corpos parecem ter sido colocados em trens de carga antes de serem jogados no mar. Em meio à cortina de fumaça da versão oficial, o massacre se torna um pesadelo perdido na névoa da lei marcial. A história verdadeira dos desaparecidos assume uma realidade mais estranha do que a ficção tradicional e exige que a verdade seja contada pela literatura.

Embora o romance possa ser lido como uma história alternativa e extra-oficial, a narrativa também traz, em primeiro plano, sensualidade, amor, intimidade e vários tipos de privações. Imagine a graça e o mistério de "As Mil e Uma Noites" e "Dom Quixote" contados por um narrador capaz de se metamorfosear de Gregor Samsa (personagem de "A Metamorfose, de Franz Kafka) e vice-versa, em um mesmo parágrafo. Para finalizar e resumir a obra Cem Anos de Solidão, nada mais é do que um simples e comovente relato sobre a solidão." Resenha de Wellington Ferreira do blogue O Vendedor de Livros)

Gabriel García Márquez - 2009

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