A Erva do Diabo é o nome de uma erva do gênero Datura que se distribui notadamente pelo oeste dos Estados Unidos e América Central. Pelo fato do antropólogo e escritor Carlos Castaneda tê-la mencionado em seu livro The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge, publicado em 1968, as edições deste livro em alguns países receberam o título de A Erva do Diabo.
Nesta publicação, o escritor relata os primeiros encontros com Don Juan Matus, um índio Yaqui de Sonora, que veio a ser o seu mestre no que era denominado pelo ìndio de "Caminho do Conhecimento". Relata também o quanto foi difícil para Castaneda, um representante da sociedade americana, compreender os valores de Don Juan, que se comportava de acordo com a cultura milenar dos chamados "Videntes" da América Central.
Por parte de Carlos Castaneda, a assimilação dos conhecimentos dos índios e particularmente de Don Juan Matus tinha por objetivo a realização de um estudo antropológico para a Universidade da Califórnia (UCLA), sobre a cultura indígena da América Central, com o fim de publicar livros e outros trabalhos acadêmicos. O paradigma de Carlos Castaneda naquela época, sobre o mundo e a vida em geral, era o da grande maioria dos cidadãos ocidentais mais instruidos, isto é, o uso do referencial científico para explicar a realidade.
O índio Don Juan tinha o objetivo de provocar uma quebra no padrão cognitivo habitual de Castaneda e levá-lo a vislumbrar a existência de outros padrões da realidade. A capacidade de vislumbrar outros padrões da realidade é um dos principais objetivos dos Videntes ou "homens de conhecimento", como designados no livro.
Os eventos que chamam a atenção da maioria dos leitores - mas não o objetivo principal do livro - são os relatos de Castaneda sobre os rituais dos índios sonoras do México, nos quais utilizavam alucinógenos preparados a partir de plantas em suas formas originais, masseradas, ou mesmo in natura como mastigação de botões de cactos. Essas plantas têm marcantes propriedades psicoativas de expansão da percepção habitual, e por isso os índios as chamam de "Plantas de Poder".
Sobre a Datura, planta que dá nome a esse livro no Brasil, Castaneda escreveu:
A erva-do-diabo tem quatro cabeças: a raiz, a haste e as folhas, as flores, e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-Ias. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro. "Meu benfeitor dizia que as sementes são a "cabeça sóbria': ...a única parte que poderia fortalecer o coração do homem. A erva-do-diabo é dura com seus protegidos, dizia ele, porque pretende matá-Ios depressa, coisa que geralmente consegue antes de eles descobrirem os segredos da "cabeça sóbria". [1]
A ingestão das Plantas de Poder não era para Don Juan, um método eficiente para a evolução dos seus aprendizes. Foi somente a primeira tentativa de uma série de muitas outras diferentes que utilizou, para que Castaneda assimilasse, ao longo de anos, o nexo da complexa e rica cultura milenar dos "Videntes". Nas fases seguintes do aprendizado, as Plantas de Poder deixaram de ser utilizadas em favor de intensas práticas realizadas diretamente na vida cotidiana.
O título do livro no Brasil, "A Erva do Diabo", gerou um desvio na compreensão do sentido original da obra, que enfatiza os ensinamentos de Don Juan - The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge" ("Os Ensinamentos de Don Juan: O Caminho Yaqui do Conhecimento").
A gradativa compreensão e aprofundamento nos elementos cognitivos que antes eram propagados somente entre os mestres e aprendizes, foram relatados também nos outros livros da obra de Carlos Castaneda. (Fonte: Wikipedia)
O Livro
Prefácio de Walter Goldschmidt, antropólogo Prof. da UCLA
Introdução
Parte Um: Os ensinamentos
Parte Dois: Uma análise estrutural
Apêndices
(A) O processo de comprovar (o consenso especial)
(B) Esboço de análise estrutural
Outros livros de Carlos Castaneda:
A Erva do Diabo (The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge - 1968);
Uma Estranha Realidade (A Separate Reality: Further Conversations with Don Juan - 1971);
Viagem a Ixtlan (Journey to Ixtlan: The Lessons of Don Juan - 1972) - Esse livro foi a tese de PhD de Castaneda na UCLA em 1973 com o título: "Sorcery: A Description of the World"
Porta Para o Infinito (Tales of Power - 1975);
O Segundo Círculo do Poder (The Second Ring of Power - 1977);
O Presente da Águia (The Eagle's Gift - 1981);
O Fogo Interior (The Fire from Within - 1984);
O Poder do Silêncio (The Power of Silence: Further Lessons of Don Juan - 1987);
A Arte do Sonhar (The Art of Dreaming - 1993);
Readers of Infinity: A Journal of Applied Hermeneutics - 1996 - Diários do trabalho de Castaneda com suas discípulas ainda não traduzido.;
Passes Mágicos (Magical Passes: The Practical Wisdom of the Shamans of Ancient Mexico - 1998);
O Lado Ativo do Infinito (The Active Side of Infinity - 1999);
Roda do Tempo (The Wheel Of Time : The Shamans Of Mexico - 2000) - uma antologia de citações comentadas.
“Carlos Castaneda ou Carlos Aranha Castaneda (segundo revista Time, Cajamarca, 25 de dezembro de 1925 — Los Angeles, 27 de abril de 1998 foi um escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia (UCLA); notabilizou-se após a publicação, em 1968, de sua dissertação de mestrado intitulada The Teachings of Don Juan - a Yaqui way of knowledge, lançado no Brasil como A Erva do Diabo.
A Erva do Diabo, seu primeiro livro, também tese de mestrado, tornou-se um best-seller entre os jovens do movimento hippie e da contracultura, que rapidamente elegeram Castaneda um guru da nova era e formaram legiões de admiradores que queriam, por conta própria, reviver as experiências descritas no livro. Também era bastante relevada no meio acadêmico, sobretudo porque, em seu princípio, tratava-se de uma obra de cunho científico.” (Wikipedia)
Carlos Castaneda |
Li este livro há uns 15 anos atrás é muito bom, recomendo! Ele promove uma viagem sensorial, e abre um universo de coisas novas e intrigantes.
ResponderExcluirDownloads ?
ResponderExcluirCada livro é uma viajem brutal!
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