"Joe Rose tinha planejado um fim de semana idílico no interior da Inglaterra, para comemorar o retorno de sua mulher - crítica literária especializada na poesia de John Keats -, que voltara de uma longa viagem de trabalho aos Estados Unidos. Depois de buscá-la no aeroporto, levou-a às colinas de Chiltern, meia hora ao norte de Heathrow, para um piquenique sob um carvalho.
Mas, ao abrir uma garrafa de vinho, ouviu um grito desesperado de homem, depois o lamento fraco de uma criança. Antes que desse por si, correu para acudir, sem ouvir as palavras de cautela de sua mulher, que, depois, pareceriam querer evitar que ele partisse para sempre.
Os apelos provinham de um balão: a perna do piloto, com metade do corpo para fora da cesta de passageiros ao tocar no solo, se emaranhara à corda presa à âncora. Com as rajadas do vento erguendo o balão e o empurrando na direção de uma escarpa, ele fora arrastado ao longo do campo. Ainda na cesta, via-se uma criança, que, por medo, recusava-se a saltar.
Além de Joe, trabalhadores rurais que estavam no local se apressam a ajudar. De início, o desfecho pareceu dramático - o homem se solta; a criança é levada à deriva -, mas o acidente terá muito mais impacto na vida de Joe do que ele poderia imaginar: não seria só uma lembrança incômoda, algo que perturbaria a paz de seu descanso, e sim o começo do colapso de sua vida.
Jed Parry, um dos homens a ajudar, assim que cruza os olhos com os de Joe passa a alimentar por ele uma paixão tão instantânea quanto obsessiva, que chegará aos limites da perseguição e da loucura.
Joe, escritor de artigos científicos, assustado e ao mesmo tempo atraído pelo comportamento obsessivo de Jed, pressente a ameaça que essa paixão patológica representa para sua racionalidade. Quando ele passa a se portar de forma violenta, a única saída de Joe é apelar para medidas desesperadas a fim de preservar a própria vida.
Nesse livro publicado originalmente em 1997, Ian McEwan mais uma vez trabalha de forma magistral com a ironia do acaso, que prega peças cruéis e determina o destino dos personagens.
O romance foi adaptado para o cinema pelo diretor Roger Mitchell, com Daniel Craig no papel de Joe Rose, e no Brasil recebeu o título de Amor para sempre.
“Não consigo me lembrar da última vez em que um romance me prendeu tanto, da primeira à última página.” - Bill Bryson, Sunday Times
“McEwan tem poucos pares na literatura contemporânea.”- The Wall Street Journal" (fonte: Companhia das Letras)
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