terça-feira, 31 de julho de 2012

Os Trabalhadores do Mar. Victor Hugo

Por Darcy Barcelos. (do Livros pela Casa)


Os Trabalhadores do Mar é o terceiro livro que li do bardo Victor Hugo e cada vez fico mais fascinado por ele. Em minha opinião nenhum escritor que eu tenha lido consegue descrever a alma humana de uma forma tão clara e comovente quanto ele. Não é um livro tão complexo como o maravilhoso 'Os Miseráveis' (meu primeiro contato com sua obra), mas acredito que um pouco superior ao 'Corcunda de Notre Dame', (também sensacional, meu segundo contato). Trata-se de uma história de perseverança e amor em que os sentimentos, magistralmente descritos, fascinam por seu grau de intensidade.

Acompanhe a incrível história de superação de Gilliatt numa jornada incrível contra os elementos da natureza (descritos por metáforas fascinantes) em favor do seu amor pela filha de um construtor náutico.

Enfim, Victor Hugo é um escritor para pessoas sensíveis que gostam de se emocionar.


Victor Hugo

O Velho e o Mar. Ernest Hemingway

"Por Celly Borges

Hemingway escreve de maneira sensacional, em poucas páginas, a história do velho pescador Santiago, que há 84 dias não pescava nada e em sua casa não tinha mais comida, contava com a ajuda de Manolin, um garoto a quem ensinara a arte da pescaria desde muito pequeno. Mas o pai de Manolin o proibira de sair com o velho, pois julgava que este fosse azarado por ficar tato tempo sem pescar um único peixe.

No 85° dia, Santiago saiu mais uma vez para a pesca, quando um espadarte (peixe que podemedir até 4,80 m e pesar cerca de 300 Kg) morde o anzol e o carrega em seu pequeno barco para mar aberto. Neste tempo o velho sofre muito com os ferimentos nas mãos e nas costas, causados pela linha em que o peixe se agarrara. E quando, enfim consegue capturar o grande peixe e tenta voltar para casa, surgem tubarões.

Uma bela história sobre sonhos e como devemos nos agarrar aos nossos sem nunca abandoná-los."

E, também do Fala Livros.

"Sublime.

Ao longo dos anos, elogios não foram poupados à esta obra-prima de Hemingway - e eu serei apenas mais um no coro.

A história do pescador Santiago é comovente, de uma simplicidade e grandiosidade imensuráveis, que só pode ser comparada ao mar que o cerca. A sensação de solidão e desamparo, na luta desigual que é travada entre um velho frágil e um peixe descomunal, é quebrada em alguns momentos, marcada por pequenas vitórias.

Santiago é velho, sim, mas seu corpo e sua mente recusam-se a desistir. Ele não se entrega em momento algum, mesmo quando tudo está perdido. Ele sangra, fica marcado e delira. Ele passa a amar seu oponente, por toda a sua força e beleza. Ele sabe que, após 84 dias sem conseguir pescar peixe algum, a "vitória" no combate que trava pode representar a diferença entre a vida e a morte. Assim, ele segue em frente, simplesmente por não ter outra escolha - como o peixe, na outra ponta da linha.

Como mostrou em As Ilhas da Corrente (que, aliás, tem uma batalha muito parecida com a de Santiago), um homem deve cumprir o seu dever - ou, pelo menos, saber que fez o melhor possível, com todas as suas forças. Até não se importar mais se vence ou perde o jogo, mas apenas desejar que ele termine*."

"Mas tenho de matá-lo", murmurou o velho. "Em toda a sua grandeza e glória. Embora seja injusto. Mas vou mostrar-lhe o que um homem pode fazer e o que é capaz de aguentar. Eu disse ao garoto que era um velho muito estranho. Agora chegou a hora de prová-lo."
Editora Bertrand Brasil
95 páginas
The old man and the sea
Tradução de Fernando de Castro Ferro


Assista também ao filme "O velho e o mar" (1958), com Spencer Tracey. Um clássico do gênero.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Les Femmes. Liberatore

Livro com alguns dos melhores trabalhos do artista plástico Gaetano Tanino Liberatore lançado em 2011, pela Editora Drugstore.  Liberatore nasceu em 12 de abril de 1953. É um artista italiano, desenhista e ilustrador, que começou com desenhos de quadrinhos e desenvolveu um estilo próprio, cheio de detalhes, muito polêmico e repleto de erotismo. Em "Les Femmes", com trabalhos de diversas técnicas, desde aquarela, desenho, e outros, Liberatore faz uma grande homenagem às mulheres e, claro, o que nelas há de abundante e que enlouquece os homens. Um livro de arte no mais puro sentido que não precisou de texto para bons entendedores. Divirta-se com as imagens publicáveis a seguir postadas, extraídas do livro. (E, por favor, clique nas imagens para ampliá-las



Liberatore (1953)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Eu, Christiane F... - Kai Hermann e Horst Rieck


Christiane F. (ela na foto)
Eis um livro que marcou uma geração. Biografia da adolescente alemã Christiane F. que se envolveu com uma das drogas mais perigosas, heroína, e se prostituiu para manter o vício. Mesmo após ter se tornado mundialmente famosa com o filme homônimo (1981 - disponível em DVD), inspirado neste livro, Christiane abandonou o vício, mas teve diversas recaídas e atravessou fases conturbadas. Seu nome completo é Christiane Vera Felscherinow e, em 2008, voltou a tomar drogas pesadas e a enfrentar problemas com a guarda do seu filho. Fonte: wikipedia. Abaixo uma ótima resenha do livro, cuja capa atual está ao lado. Veja no final foto do livro da década de 70 e foto atual da Christiane.

Por Celly Borges do Blog "Mundo de Fantas".

"A história real de Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída... (Bertrand Brasil, 352 páginas, R$39,90) é bastante forte, choca o leitor. Me deu arrepios, principalmente por entender que é um problema bastante comum e muitos nem se preocupam mais de tão enraizado na sociedade. O livro conta com detalhes o que a criança passoupara se drogar, indo a lugares escusos, sujos, com pessoas no mesmo nível. 


O intenso drama de uma criança que fez escolhas erradas e aos 13 anos estava praticamente sem vida foi lançado em 1978, em alemão, pelos jornalistas Kai Herrmann e Horst Rieck que entrevistaram a jovem Christiane F. e reuniram seus depoimentos nesse livro rico em tristes detalhes. 

De uma família muito pobre de Berlim, a menina passava as tardes sem o que fazer no condomínio onde morava e conheceu pessoas que não a levaram por caminhos muito bons, começou a se drogar com 12 anos. Com 13 passou a usar drogas mais pesadas e a se prostituir a fim de ter dinheiro para comprá-las. E a questão é sempre a mesma: "eu posso me controlar, não sou viciada", até que a vítima percebe - quando percebe! - não ser verdade, que está mentindo para si e para os que a amam. Enquanto todos em volta morrem um pouco.

Mesmo querendo sair daquela vida, era difícil, como sabemos que ainda hoje é. Viu os amigosmorrerem, a mãe e a irmã sofrerem muito. A mãe até tentou ajudá-la, mas por vezes se mostrava sem forças diante da complexidade e do poder que as drogas exerciam sobre a filha, ainda havia a má influência dos amigos. Essa é outra parte dramática, em que a filha tentava ficar em casa sem encontrar os amigos enquanto a mãe ia trabalhar, mas a necessidade da droga gritava mais alto. 


O namorado, Detlef, ao invés de ajudá-la, afundava ainda mais, ela acreditava que era amor, cuidado. Juntos usavam heroína, se prostituíam, e até foram presos porque roubavam para ter as drogas.


Essa história me faz lembrar da personagem de Distúrbio (leia a sinopse e a entrevista), da portuguesa Valentina Silva Ferreira, Rossana é uma criança violentada pelo pai e sofre calada em seu mundo até que começa a se drogar, apesar de Rossana viver um falso glamour imposto pela mãe, frustrada por não ter conseguido ser modelo, Christiane, que também sofria com o pai porque ele maltratava a família até a mãe resolver sair de casa com as filhas, não via beleza em nada, nem de mentira e, mesmo influenciada, ela foi a responsável por aquela vida.


Christiane e o namorado conseguiram viver, enquanto vários amigos morreram.


O livro se transformou em filme em 1981 e foi dirigido por Ulrich Edel, num clima sombrio, rápido, para mostrar o que e como realmente Christiane F. sobreviveu.


Indicado para pessoas fortes.


*****
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 8528604705
Ano: 2010
Páginas: 352
Título Original: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo
Tradutor: Maria Celeste Marcondes
Skoob | Bertrand Brasil " 

Christiane Vera Felscherinow (1962)